sexta-feira, 10 de abril de 2020

RESTRIÇÕES


RESTRIÇÕES
Os dias passam devagar e, já lá vai um mês, confinados a quatro paredes. Os noticiários são deprimentes só com notícias que magoam. A falta de confiança nas informações dos dirigentes políticos acentua-se a cada dia que passa. As contradições que saltam à vista desarmada levam a esta descrença. Continuamos a ver Câmaras Municipais a substituir-se ao Estado Central nomeadamente à Direcção Geral de Saúde e ao respectivo Ministério adquirindo materiais para proteger as suas populações.
Os Lares de idosos, está a verificar-se agora, que são autênticos barris de pólvora que começam a explodir.
A quantidade de profissionais de saúde infectados com o Covid-19 é alarmante, já ultrapassa, em muito o milhar.
A não existência de medicamento curativo para a pandemia ou o desconhecimento de que alguns medicamentos existentes podem aliviar o drama começa a dar que pensar e a estabelecer alguma analogia com a falta de munições nas trincheiras de uma guerra convencional.
O amanhã não existe. O País está encerrado e não se sabe quando poderá reabrir. Nenhum responsável dá um sinal de esperança aos muitos que vão ficar sem emprego e sem sustento para si e para as suas famílias.
As restrições à liberdade individual são cada vez mais alargadas. Amanhã, dia 9 de Abril de 2020 entra-se no período em que ninguém pode sair do seu concelho de residência o que, no mínimo, é um absurdo.
A segurança e o confinamento social não passa, em nosso entender, por este tipo de medidas anacrónicas só entendíveis na mente de luminárias desta cultura urbana dominante. Basta analisar o que acontece nas grandes áreas metropolitanas mas também nas áreas rurais. Por exemplo, todos sabemos que a divisão concelhia é apenas uma linha existente no mapa e que não tem correspondência com a realidade. Senão vejamos: quem é que sabe onde acaba o concelho de Lisboa e começa o concelho de Oeiras, Loures ou Odivelas? Apenas os moradores devido às necessidades de contactar as instituições públicas estatais porque todas as outras não conseguem destrinçar se têm um pé num concelho ou noutro. Aqui pela nossa zona o caso não é muito diferente e compreende-se mal que um morador no Vale da Senhora da Póvoa ou no Meimão não possa ir ao Sabugal apesar de ser muito mais perto e económico do que vir à sede do seu concelho que é Penamacor.
A vida está difícil. Todas as restrições apresentadas são muito prejudiciais para os mais desprotegidos. Se olharmos para a Europa, à qual pertencemos de corpo inteiro o panorama não muda muito. Os ricos não querem ajudar os pobres esquecendo-se que, a prazo, poucos ou nenhuns produtos que produzem possam vender aos países mais pobres porque não haver dinheiro para tal e, consequentemente, não conseguirão escoar os produtos e ficarão mais pobres. As posições da Europa que todos pagamos como entidade supra nacional parece não existir.

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