quinta-feira, 14 de abril de 2022

TRÍDUO PASCAL!

Entramos no Tríduo Pascal, na Semana Maior, para os Cristãos de todo o mundo, o tempo favorável à reflexão.

Para os mais displicentes, apenas uns dias de praia, para os que, ainda, preservam o sentido de família, uma festa familiar, um convívio, afecto, carinho, o que, à falta de um sentido mais profundo de Páscoa, já é de louvar, para os Cristãos a sério é um tempo de renovação.

Sob o ponto de vista Cristão é tempo de humildade aprendida com o gesto de Cristo lavar os pés aos seus discípulos. É tempo de reviver a instituição da Eucaristia, como símbolo maior da Fé.

É tempo de Paixão e morte, mas também é tempo de ressurreição, da vitória sobre a morte, depois dum sofrimento sobre-humano.

Neste Tríduo Pascal talvez não seja despiciendo, sob o ponto de vista histórico, tentar analisar as figuras e as personagens intervenientes neste drama passado há mais de dois mil anos.

Comecemos pela figura de Jesus, um Homem bom, generoso, humilde, solidário, que esteve sempre disponível para curar os enfermos, dar de comer a quem tinha fome, disponível para aceitar as fragilidades de todo o ser humano, independentemente da sua fé, religião, posição social, sacerdote, pecador ou justo. 

A figura de Maria, mãe de Jesus a mulher de Fé inquebrantável, a mulher do Sim pleno à vontade de Deus, a mulher sofredora que esteve sempre lá para o seu Filho, para a família, para os amigos. 

A figura de Simão Pedro, homem recto, mas truculento, que não se importava de arrostar com todas as consequências para seguir Jesus, mas, num momento de fraqueza, igual a cada um de nós, nega Jesus e sofre amargamente pelo seu acto cobarde.

A figura de Judas Iscariotes que personifica, exemplarmente, o corrupto, o ladrão  e o traidor, como tantos que nós vemos por aí. 

A figura de Pilatos, pusilânime, populista, demagogo, a quem falta a coragem de julgar com equidade que, apesar das evidências de inocência, se deixa arrastar para um sentença de morte de um inocente. Quantos políticos não temos por aí, nesse mundo fora.

A figura de Herodes, um governante fantoche que não se exime ao vexame de ser uma marioneta, só para poder usufruir de luxos, luxúria e vaidade.

As figuras dos Sacerdotes, gente poderosa, que não olha a meios para atingir os fins, que em primeira e última instância, são os seus interesses mesquinhos.

As figuras de gente anónima mas com coração, altruísmo, bondade, como Nicodemos, José de Arimateia, Verónica, Lázaro, suas irmãs Marta e Maria, que não se furtaram a esforços para tentar amenizar o sofrimento de um Ser Humano que passou a vida a fazer o bem e depois é tratado pelos poderosos e pelo povo inconsequente, inconsciente, de actuação em manada, como se fosse o maior criminoso da história. 

Por fim, porque estamos a ser demasiado extensivo, ainda que não exaustivo sobre tema tão rico, referimos a figura de Maria Madalena, a mulher fora da caixa, que era erudita, falava a língua dos intelectuais, lia, escrevia, dominava a matemática, que amava profundamente Jesus e a Sua Doutrina, fiel até ao derradeiro momento, crente sem limite, difusora da Boa Nova da Ressurreição do Senhor.

Todas estas personagens e muitas outras que, porventura, deveriam ser mencionadas e por manifesta falta de espaço e para não tornar uma maçada para o leitor, merecem uma apreciação criteriosa e uma análise comparativa com os homens e mulheres de hoje. 

Façam o favor de se esforçar por ter uma Santa e Feliz Páscoa. Grande abraço fraterno a todos, todos são todos, homens e mulheres, porque eu não alinho no politicamente correto de dizer: “todas e todos”. Todos engloba. 


14/04/2022


Zé Rainho 

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