quinta-feira, 21 de julho de 2022

TRÊS PAÍSES!


Não percebo nada de política e nem quero perceber, mas gostaria de entender a visão dos políticos para o presente e para o futuro deste país, porque o passado já o vivi e senti e muitas coisas não foram por aí além.

Ontem debateu-se o estado da Nação – quando escrevo estado da Nação vem-me logo à memória a célebre frase de Salgueiro Maia onde, entre outras coisas disse, o estado a que isto chegou! – e no muito pouco que vi pareceu-me existirem três países, todos diferente e todos iguais. O País do Costa; o país da oposição, toda, e o meu país.

Para o Costa, este é o País das maravilhas onde toda a gente vive muito bem e vamos no rumo certo para o enriquecimento.

Para a oposição está tudo mal e vamos a caminho do desastre e da tragédia.

Para mim vivemos no país do caos, do desleixo, da impunidade, do empobrecimento acelerado, individual e colectivo, para o definhamento dos valores humanos e patrióticos que, mais cedo do que tarde, se vão revelar catastróficos.

Porventura, nenhum deles é o retrato fiel da realidade, mas tenho a presunção de que o meu é o que mais se aproxima. Atentemos:

O número de pobres está constante e inexoravelmente a aumentar. Se precisássemos de exemplos bastava ver os números do INE, da PORDATA e ouvir os gritos do Banco Alimentar, da Cáritas, da Cruz Vermelha, dos Párocos nas Igrejas e os constantes apelos à boa vontade da população para ajudar a mitigar a fome que grassa pelo país fora;

A tragédia dos incêndios, apesar dos milhões gastos no seu combate, que deixa os pobres, mais pobres, sem o pouco que tinham;

As grávidas, que têm de andar de Hospital em Hospital para terem as suas crianças e, depois deste sufoco, ansiedade e risco de vidas, se verem tratadas pelo primeiro-ministro como números sem importância (0,3%) na sua, dele, opinião;

O número de mortes, sem explicação científica, com desculpas esfarrapadas como onda de calor, covid ou outras, quando se conhecem casos de cancro que não foram diagnosticados por falta de resposta do serviço nacional de saúde, com espera superior a dois anos;

A inflação, que já comeu um mês de salário, a quem já tinha imensas dificuldades em gerir um orçamento para chegar ao fim do mês;

Os combustíveis, mais caros da Europa Comunitária e os salários mais baixos desta comunidade de países;

A violência sobre idosos e mulheres, praticada por bandidos que, às vezes, até são familiares das vítimas, por falta de recursos humanos de segurança nos Organismos policiais;

Os aeroportos, atulhados de gente e malas abandonadas, com manifesta responsabilidade da TAP, empresa onde metemos dinheiro às pazadas;

Alunos sem professores meses e, nalguns casos, um ano lectivo inteiro, um currículo desajustado e com entorses ao ensino verdadeiramente democrático;

Avisos do Tribunal de Contas de que há vários casos de má aplicação dos dinheiros públicos sem que haja a competente responsabilização e penalização;

Da Justiça, sua morosidade e injustiça perante os mais desfavorecidos e os que não podem pagar os Trutas dos Advogados, nem vale a pena falar;

As portas giratórias por onde os responsáveis políticos se pavoneiam depois de saírem da governação, para não falar na promiscuidade e no conflito de interesses que os mesmos nem se preocupam em esconder, o último caso conhecido é o do Presidente do IEFP;

Os apoios dados a empresários amigos do regime e dos detentores de cargos políticos relevantes, com referência ao último escândalo com o dono da TVI, quando a maioria das empresas não tem acesso a pequenas ajudas para a retoma da sua economia empresarial;

Podíamos continuar, mas acho que já basta para analisarem estes três países diferentes, mas que queremos que continue a ser o nosso, o de todos nós, nem do Costa e seus muchachos, nem da oposição e seus demagogos.

21/07/2022

Zé Rainho

 

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