terça-feira, 9 de julho de 2024

O CURA!

 

EM TEMPOS DE DITADURA!

 

Noutros tempos noutras eras,

Um certo padre Cura,

Na sua compostura

Que era bera, deveras

Impunha a sua vontade ao povo

Em nome do Senhor

Mas sempre, sempre a seu favor

Tal era a alarvidade

De um ser mesquinho de verdade.

 

Em tempos de ditadura

O padre era, também, um ditador

Sempre em nome do Senhor

Este nosso, singular, padre Cura

Tinha o poder de um vilão

Que sugava o povo até ao tostão

Enriquecendo com a miséria do povo

Que sem ânimo e ter um simples ovo

Enchia a pança de tão reles criatura.

 

Em jovem tentava as inocentes donzelas

Que seduzia com palavras belas

Ou com ameaças de um Deus castigador

Na expectativa de um dia receber amor

De quem é ingénuo e puro

Sem cuidar de isso as fazia cair do muro

Por isso um dia um pai mais audaz

Convidou o meliante para um cabaz

Com um jarro de vinho com urina da moça

Instou para que provasse o vinho

Que era bom e puro da pipa

Que ele queria ser o primeiro a abrir

 

E noutro povoado escondeu-se numa dorna

Com feixes de palha ao monte

Para escapar com o físico à tareia

Bem merecida porque a sua veia

É abusar das jovens ingénuas, mas de fé

Num Deus que que ele pregava com ardor

Mas que não praticava com o amor

Com que foi abençoado pelo ministério

Sacerdotal tão elevado e sobrenatural

Que o deveria tornar um ser mais normal.

 

Homem de triste figura,

É este padre cura,

Que sem remorso ou temor

Ofende a Cristo nosso Senhor

No seu ministério maior

E aproveita a sinecura

Do patamar ao altar

Para ofender e perorar

Sobre os fiéis cristãos mais puros

Que se sentem inseguros

Na sua humilde condição

Perante um cura vilão

Que na sua grande obsessão

De a todos submeter e dominar

Usa o nome de Deus em vão

Como um Deus tirano castigador

Alterando a visão de um Deus de amor

Que é a Misericórdia infinita

Só para seu conforto e prazer

Que de pobretana quer enriquecer

 

Se não fosses um sacerdote

Já tinhas levado com um archote

Pela cornadura abaixo

Pois, tuas aleivosias eu acho

Merecem castigo maior

Que te tirassem o ministério

Que ofendes e maltratas a sério

Com tua forma de ser, tua postura

Seu medíocre padre cura

Que usas o sacerdócio

Para praticares o pecado e o ócio

De nada fazer nem cuidar

Quando tua obrigação é tratar

Das almas e dos corpos das gentes

Que, humildes e quais indigentes

Se acercam de ti para aumentar a fé

E tu em vez de ajudares tratas com o pé.

 

Mas tens direito ao contraditório

Por isso venha de lá o relambório

E diz de tua justiça

Tu que és perito na trafulhice

Como é que consegues viver

Com tanta altivez e arrogância

Num pedestal de pulhice

Dominando a ignorância

Do povo humilde de saber

De trabalho e miséria sem liça

De qualquer tipo de poder.

 

Zé Rainho

Sem comentários:

Enviar um comentário