sábado, 27 de julho de 2024

Pressa!

 

PRESSA!

Anda toda a gente com muita pressa. É ver a velocidade dos automóveis. O número de multas por excesso de velocidade. O número de mortos e feridos na estrada. Também a correria das pessoas em todas as situações, até nas zonas de lazer, até em época de férias, até em épocas de descanso.

Poderá ser por necessidade, mas também pode ser por inquietação interior, por pressa de chegar, muitas vezes não sabe muito bem onde, a qual destino.

Ninguém tem paciência para esperar. Mesmo quem não tem compromissos laborais, ninguém gosta de esperar, excepção feita para os amantes do futebol e dos concertos que estes passam hora e, por vezes, noites inteiras para serem os primeiros da fila para entrarem nos estádios ou locais onde há palcos.

Esta de serem os primeiros também tem que se lhe diga. Toda a gente quer ser o primeiro, já há menos os que querem ser os melhores, porque ser melhor dá trabalho, implica esforço, dedicação, perseverança.

Quem é que ainda não assistiu ao estacionamento de viaturas nos lugares destinados às pessoas com dificuldades de mobilidade, só porque tem pressa, é um instante, no seu entender, e não tem paciência para procurar um lugar vazio mais longe da porta de acesso? Vê-se com muita frequência e isso é sinónimo de pressa, falta de paciência e, pior, falta de urbanidade.

Paciência e bom senso precisa-se. Paciência para o ritmo das crianças, dos velhos, dos diminuídos físicos ou mentais. Por isso é tão satisfatório quando se vê um cuidador, seja ele médico, enfermeiro, auxiliar de acção médica, ou simples familiar ou amigo que, com imenso carinho e paciência de Job, ajudar quem está fragilizado pela doença, pela idade ou pelas condições físicas depauperadas.

Vale a pena correr para ser o melhor profissional, a melhor pessoa, o mais atento ao outro, mas sem deixar de vislumbrar que o destino de todos é igual, rico ou pobre, paciente ou impaciente, modesto ou importante, humilde ou poderoso. Todos acabamos transformados em pó, como nos é relembrado, anualmente, na Quarta-Feira de Cinzas.

27/7/2024

Zé Rainho  

 

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