terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O Frio da Vida

Olhamos através da janela e vemos árvores vergarem,
Com a força do vento, que sopra feroz.
Aqui e ali uma chaminé, lançando fumo de acordo co'a aragem,
Mostra que o dia é frio, desagradável, atroz.

No conforto do nosso lar aconchegante, caloroso,
Lembramos os velhinhos que, sozinhos, pobres, abandonados,
Por não terem posses, lenha p'ra lareira, se deixam acamados,
Para do frio libertarem o corpo, mantendo o espírito, desgostoso.

Incomodado, triste, infeliz, por quem de forma escandalosa,
Se vê abandonado pelos seus, pelo Estado e vive em solidão,
Aqueles que apenas tiveram trabalhos e labuta dolorosa,
Vivem, hoje, com rendimentos e apoios, que não colhe séria opinião.

Por isso importa erguer a voz contra os tiranos,
Que, sem dignidade, carácter, prometem, mentirosos,
E depois nos conduzem a um Mundo, perverso, de enganos.

Trazendo, apenas, para os pobres, tristes, desgostosos,
O pior que a crise tem e que, com seus danos,
Desancam naqueles que deram de si, os anos gloriosos.

12 comentários:

  1. A sua sensibilidade sempre à flor da pele...
    ou do teclado! : )

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  2. Zé,
    seu poema é cheio de tristes verdades, mas, aliado de um convite muito importante,"Erguer a voz" eu queria saber escrever sobre as injustiças sociais, mas não consigo; agradeço a Deus por Sua excelsa sabedoria no distribuir dos Dons.
    Bjs. boa noite, durma bem.

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  3. Gritemos, Zé.
    Temos que fazer barulho. Este país também não é para velhos.
    por isso admirei sempre as etnias africanas e os ciganos. nunca abandonam uma criança nem um mais velhos.
    beijo e obrigada por me teres aberto a porta da tua casa e família XD. Sente-te retribuído.

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  4. Obrigado Catarina. É que vivo num meio muito desfavorecido e sinto esta realidade. Não posso ficar indiferente.
    Beijinhos
    Caldeira

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  5. Silviah,
    O local onde vivo está muito envelhecido e é muito abandonado pelo Poder Político. Dá poucos votos e os políticos só pensam em votos. Ninguém, com um mínimo de consciência social, pode ficar indiferente a esta pobreza envergonhada. É o que procuro fazer.
    Beijinhos
    Caldeira

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  6. Em@,
    É verdade, há sociedades no Mundo com as quais poderíamos aprender muito, em termos sociais. Mas, orgulhosamente, usamos para com elas muita discriminação.
    De qualquer forma não nos podemos calar. Vamos gritar até que a voz nos doa, contra as injustiças mais gritantes.
    Beijinho
    Caldeira

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  7. Olá Zé fiquei muito feliz com seu comentário no blog do Gambiarra Profana, o gambiarra é um zine com 11 anos de vida, também grupo de poesias com poetas aqui de Belford Roxo , Rio de Janeiro, além dos poetas daqui como Sérgio Salles-Oigers, Fabiano S. Silva, Lenne Butterfly, Arnoldo Pimentel, Márcio Rufino, Ivone Landim, Jorge Medeiros, Agnaldo Estrela,Rodrigo Souza e outros, temos poetas de outras cidade como Silviah Carvalho, Rafael Castro, Matheus José Mineiro e outros e por ter sentido que você gostou do nosso trabalho faço o convite para se puder visitar também o blog de outro grupo que participo, po-de-poesia,alguns desses acima citados também participam desse grupo e também do blog da Folha Cultural Pataxó, será uma honra recebermos sua visita, deixarei os links abaixo, desde já lhe agradeço.

    http://fcpataxo.blogspot.com
    http://po-de-poesia.blogspot.com

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  8. Arnoldo,
    É com todo o prazer que vou visitar os blogues que me indicou.
    Eu adorei o gambiarra Profana. Reparei que tem colaboradores extremamente sabedores e de alto valor intelectual.
    Vou passar a seguir os que me indicou e deixarei a minha opinião, o mais objectiva, possível.
    Grande abraço
    Caldeira

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  9. Zé tal como tu lembro-me muito desses seres humanos, desses e dos que vivem na rua. Que mundo é este que não protege os seus habitantes, que não lhes dá o mínimo, que nem consegue envolver nos seus braços aqueles que tanto fizeram por ele e que, por isso, estão agora sem forças?
    Beijinhos

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  10. Brown Eyes
    É um povo sem memória e sem respeito por si próprio. Um povo egoísta que passou a valorizar a matéria e a desprezar o sentimento. É um povo onde o "chico esperto" é idolatrado e o trabalhador honesto é espezinho e até apelidado de burro. É este o povo que temos. Por sua culpa? Sem dúvida. Mas, muito mais, por culpa do Sistema Político-Partidário, por culpa da Justiça que temos, por culpa dos que nos (des)governam.
    Já lá vai o tempo em que honra, dignidade, palavra deixaram de fazer parte das conversas entre as pessoas. Hoje fala-se em cunhas, oportunismo, amiguismo, roubalheira, com um descaramento aflitivo. E até vemos um ex-presidente da ´República ir depor em Tribunal por um dos arguidos no Processo Face Oculta. Que exemplo?
    Beijinhos
    Caldeira

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  11. Vê como os passinhos começam a ser passadas? E como a poesia se ajusta a temas de revolta solidária com os mais desprotegidos!Que progressos! Ah, essa alma...
    Abraço

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  12. Ibel,
    Muito grato pelo incentivo. Já tive ocasião de lhe dizer que tenho o maior respeito pela sua opinião. Repito-o agora. Por isso agradeço estas palavras e entendo-as como um incentivo.
    Muito obrigado e Beijinhos. Boa noite.
    Caldeira

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