domingo, 30 de março de 2025

PARÁBOLA!

 

PARÁBOLA!

Hoje, na Igreja Católica, celebra-se p IV Domingo da Quaresma e a leitura do Evangelho apresenta-nos a parábola do Filho Pródigo. Uma das parábolas mais conhecidas e das mais belas, em minha modesta opinião, do mundo cristão. Por ser por demais conhecida não se reproduz aqui, mas os que a desconhecem ou aqueles que a querem conhecer melhor têm sempre a oportunidade de consultar a Bíblia e em Lucas 15, 11-32.

Disse que era uma das mais belas e é neste ponto que me quero focar e com os leitores reflectir, perdoem-me a imodéstia.

É bela porquê? Porque a história assenta em três personagens fantásticos e tão fascinantes como é a história de cada ser humano.

Todos nós temos o nosso lado rebelde às convenções, às determinações, às ordens, à regulamentação e à uniformização. Este lado está magnificamente representado na personagem do filho que, ainda em vida do pai, lhe exige a sua parte na herança, recebe-a, delapida-a, e depois de muito passar em luxúria e desregramento, cai na real, na miséria, na fome e na descoberta do erro monumental e arrepende-se amargamente. Com o arrependimento veio, sem rebuço e sem medida, o pedido sincero de perdão.

Todos nós temos o lado de filho obediente e cumpridor das regras que vê o pai como soberano e todo-poderoso. Mas, ao mesmo tempo, temos o lado que nos induz à dureza de coração e de negociante. Já que cumpro quero a recompensa. Normalmente associado ao ciúme, à inveja. Se eu sou cumpridor porque é que tratas o teu filho rebelde melhor do que a mim? Porque lhe perdoas o desvario? Todos nós temos este lado justicialista. Vemos o argueiro no olho do vizinho e não vemos a tranca nos nossos olhos.

Todos nós temos, também, o lado de pai bondoso, misericordioso, pai que se alegra com as vitórias dos filhos e, sobretudo, pai que perdoa tudo, que ama sem medida e que quer para os seus filhos o melhor. Por isso recebe o seu filho rebelde com beijos e abraços, com festa, com alegria, porque o filho estava morto e voltou à vida, porque estava perdido e reencontrou-se. E não se esquece de dizer ao outro filho enciumado: filho tudo o que eu tenho é teu, mas tínhamos de fazer festa porque o teu irmão, frisando bem, o teu irmão, estava morto e ressuscitou para a vida.

Assim nós fossemos capazes de reconhecer o nosso irmão, o degenerado, o fora da caixa, o que não teve oportunidades, o que não quer aceitar as regras, mas também aquele que, humanamente, tem razões para se sentir injustiçado porque sempre andou na linha e, sobretudo, sermos capazes de nos libertarmos de julgamentos apressados, de juízos de valor sem razão objectiva e perdoarmos. Perdoarmo-nos uns aos outros para vivermos em harmonia, em paz, irmãmente.

Bom domingo para todos.

30/03/2025

Zé Rainho

quinta-feira, 27 de março de 2025

PILARES!

 

OS PILARES!

Num mundo em que o dinheiro é o deus todo-poderoso, de que é exemplo a actual administração e respectiva assessoria da Casa Branca, o direito da pessoa fica diminuído quando não reduzido ao ínfimo.

Quem entenderá que o processo da hipotética, paz da Ucrânia se resolverá sem que esta seja parte no diálogo que vai haver entre Trump e Putin?

Poderá dizer-se que já houve conversações com Zelensky e há uma proposta aceite por este nas mãos de Trump, mas Putin já disse que, nem pensar, naquilo. Então se há divergência de base não deveriam estar na mesma mesa sentados todos os interlocutores para dirimir argumentos e acertar as decisões?

Cá no burgo costuma dizer-se: “quem vai avia, que manda quer aviar”. O que poderá querer dizer que o Trump será o moço de recados do Putin para convencer o Zelensky de que tem que ceder território, tem de capitular em todos os sentidos, depois de milhares de mortos e estropiados, de milhões de vidas destroçadas pela ambição de um louco ou, pior, um ícone da malvadez humana como é o Putin.

A História tem-nos mostrado que o Homem – o ser humano – para não ofender o feminismo obtuso, que desde sempre assentou o seu objectivo de vida em três pilares: o medo, a glória e o lucro.

Maslow indicava-nos outros muito mais modestos e adequados: necessidades fisiológicas, de segurança, sociais, (satatus) estima e de auto-realização. O que quer dizer que privilegiava as necessidades básicas e relacionais como fundamentais e só depois as relativas ao prestígio e hierarquia social. Este homem do pensamento filosófico e psicológico defendia na sua teoria, que tinha bebido em pensadores behavioristas anteriores, que o homem é todo igual na essência e por isso o dever de aceitação do outro tal como é.

Se recuarmos no tempo temos de nos lembrar de um homem histórico especial, revolucionário, considerado mesmo um pouco louco, à época, que foi Jesus Cristo e que veio dizer que o medo, a glória e o lucro (dinheiro), não se justificam se vivermos como irmãos, nos sentirmos como tal, nos amarmos, nos respeitarmos, constituindo uma comunidade onde  eu me coloco no lugar do outro antes de julgar e actuar a meu belo prazer.

A segurança de um povo como o ucraniano, que foi invadido barbaramente, por quem da vida apenas tem medo, tem poder e quer mais dinheiro não pode ser tratada por quem apenas vê cifrões e lucro como é o caso dos protagonistas do dia de hoje. O mesmo é válido para com os Palestinianos, Israelitas, Afegãos, Ugandeses e muitos outros povos que estão em guerra porque não são capazes de alterar os pilares actuais da existência humana.

Pensar sobre o assunto e cada um tentar, no seu dia-a-dia, fazer a sua parte talvez conseguíssemos um mundo melhor para nós e para os vindouros. É apenas uma alteração de padrões culturais. Digo eu, que não percebo nada de diplomacia nem de armamento, apenas gosto de pessoas.

18/03/2025

Zé Rainho

domingo, 16 de fevereiro de 2025

Intrigante!

 

INTRIGANTE!

Há coisas que vemos que não podem deixar de nos questionar. Dois exemplos:

1.      Por que será que numa Igreja onde assistem à Eucaristia dominical cerca de cinquenta pessoas só três são do sexo masculino?

2.      Por que será que no mesmo dia, da parte da tarde, num café num número muito semelhante de pessoas só meia dúzia são do sexo feminino?

Perante estas perguntas que nos parecem pertinentes assalta-nos o pensamento, algo bizarro, de que os homens não acham interessante, nem necessário, frequentar a casa de Deus, não precisam de Deus, no fundo. Por serem superiores? Por sentirem que irem à Igreja os menoriza?

Ao contrário ir ao café, confraternizar com os amigos, já é coisa de homem?

São algumas perguntas sem resposta e isso não pode deixar de ser inquietante e ao mesmo tempo intrigante.

De qualquer forma estes factos reais e objectivos não podem deixar de ser reflectidas até porque poderão consistir numa demonstração de um certo machismo retrógrado inaceitável.

15/02/2025

Zé Rainho

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Percepções!

 

PERCEPÇÕES!

Percepções é um dos vocábulos mais em voga na opinião publicada. São estudos, são gráficos, são rankings, que a indicam. Um desses índices apresenta-nos Portugal a piorar no que concerne à percepção da corrupção, num mundo cada vez mais corrupto e mais venal.

Percepções são sensações baseadas em factos individuais que, facilmente, entram no domínio da generalização por parte das pessoas. Isto tudo acontece porque, de facto, tem um fundo de verdade. Não cai do céu aos trambolhões, mas baseia-se em acontecimentos sentidos por alguém em algum lugar.

E de quem é a culpa? Se calhar é de todos nós que não nos incomodamos com as pequenas ou as grandes cunhas, com as pequenas ou grandes gorjetas dadas aos servidores públicos para safar uma multa ou para engendrar uma solução para o nosso problema, sem que nos importemos se isso atropela alguém que estava à nossa frente na fila.

Mas, certamente, a culpa é da política e dos políticos, da justiça e dos seus agentes que, com maiores responsabilidades, não acautelam a equidade entre todos os cidadãos, protegem a impunidade de alguns e não punem, exemplarmente e em tempo útil, os prevaricadores.

Quando deputados e membros de órgãos do Estado aparecem, em catadupa, a ser investigados por crimes cometidos, particularmente contra o bem público, demonstram que a política é frequentada por gente sem escrúpulos, o que torna uma nobre actividade num chiqueiro nauseabundo.

Quando a justiça demora eternidades a apurar responsabilidades criminais e deixa prescrever muitos dos crimes por ultrapassar os prazos previstos na Lei demonstra que não é justiça e que não é justa, principalmente, para os mais frágeis e os mais desprotegidos. Basta atentar na última prescrição que aconteceu com o cartel da Banca que deixou de pagar muitos milhões de euros que foram surripiados aos clientes numa atitude, comprovadamente, criminosa.

Assim, não admira que o País, a Nação, não fique bem na fotografia que aprecia os níveis de corrupção e nos coloque ao nível de países do terceiro mundo, deixando, deste modo, de ser percepções e passam a ser factos reais.

Isto leva-nos a intuir que os corruptos são, na maioria, políticos e, como os políticos são eleitos e filhos do povo é fácil aduzir que o povo é corrupto, na sua essência. É duro constatar isto, mas não há como evitar.

Como é que todo este imbróglio se pode resolver? Com educação, com formação permanente e ao longo da vida, com sentido ético e valores morais, com censura permanente do chico-espertismo popular, do oportunismo, da cunha, do egoísmo, bem ilustrado pelo ditado popular que diz: “em cama estreita nós na frente”.

Se queremos ombrear com os países mais transparentes com níveis de vida mais arejado e mais limpo temos de mudar muita coisa logo a partir da infância. Mas um país membro da União Europeia não pode, ou não deve, ficar conhecido como um lugar frequentado por gente desonesta e corrupta.

12/02/2025

Zé Rainho

 

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Ainda há coisas boas!

 

AINDA HÁ COISAS BOAS!

Neste pântano, nesta mixórdia e neste lamaçal político, em que o país se vê mergulhado, faz bem à alma ver e ouvir falar um português de eleição, o cientista Rui Costa, no programa televisivo “Primeira Pessoa”.

Um Homem no topo do mundo da ciência, mas com a simplicidade de qualquer ser humano normal, sem pretensões ou laivos de arrogância, com muito orgulho das suas raízes, da ruralidade dos seus avós, maternos e paternos, do trabalho intenso que os mesmo tiveram para que os seus filhos pudessem estudar e ascender, desta forma, ao elevador social que retira as pessoas da pobreza e da miséria.

Ficou demonstrado, na sua conversa, como se orgulha de ter nascido no interior pobre do país e que isso não foi obstáculo para atingir o mais elevado cargo no estudo, muito complexo, e na descoberta e funcionamento do cérebro humano.

Disse-nos, de forma simples e entendível por qualquer leigo, que este órgão com que cada um de nós nasce é muito mais complexo do que o computador mais sofisticado. Disse-nos que o lago conhecido sobre o nosso cérebro é infinitamente mais pequeno do que a imensidão do oceano do muito que se desconhece. Mas, mesmo assim, já nos conseguiu elucidar que conseguiram mapear o conjunto de células cerebrais e confirmou-nos que nele se encontram 5.300 tipos de células, num universo de 6.500 de todo o corpo, o que não deixa de ser um feito fantástico e um conhecimento mais profundo da quase totalidade do corpo humano.

Para quem, como nós, não percebe nada de medicina molecular, não pode deixar de nos deixar esperançosos, porque identificados os tipos de células abre, certamente, caminhos para encontrar formas de modificação celular que permita bloquear doenças ou proceder à sua cura. A esperança em forma palpável, concreta.

Disse-nos outra coisa curiosa que é rara ouvir aos cientistas. Que não consegue negar o que não sabe explicar, isto a propósito de uma pergunta sobre se a sua descoberta lhe permite excluir Deus da vida humana.

A sua simplicidade ao contar-nos como começou a gostar de matemática quando, em muito tenra idade, contava as sementes de macieira para as semear e, desta forma, entender o sentido utilitário da mesma, no quotidiano.

O orgulho que transpirava quando falava da sua família original e da família que o próprio construiu. Da forma desempoeirada como demonstrou haver diferenças celulares entre o homem e a mulher, o que, só por si, deixa sem argumentos os defensores de que o menino pode querer ser menina e a menina pode ser menino e que isso é o novo normal.

Afinal, ainda há coisas boas e vale sempre a pena ter esperança no ser humano.

Que o bem há-de vencer o mal. Que os canalhas, os corruptos, os pedófilos e os ladrões ainda são a minoria e que a maioria há-de saber ocupar o seu lugar e discernir sobre a importância do outro na vida de cada um.

Que ninguém é feliz sozinho e que, consequentemente, deve viver no respeito e no amor pelo semelhante.

Que se pode ir depressa se for sozinho, mas só se consegue chegar longe se se for acompanhado.

07/02/2025

Zé Rainho

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Política!

 

Política e políticos!

Dizem-nos que os políticos portugueses ganham mal e até justificam a corrupção com este facto.

Damos de barato que assim é e, em seguida, façamos a pergunta: - Por que é que um deputado a quem é retirada a confiança do partido pelo qual foi eleito continua no Parlamento?

Haverá várias explicações e justificações, mas a maís notória é que ganha mais como deputado do que ganharia na sua actividade profissional, se é que a tinha, antes de ser deputado.

Todos sabemos que os deputados são eleitos em listas partidárias e estão vinculados ao partido mais do que aos eleitores que o elegeram. É uma aberração, mas é a lei vigente, e “dura lex sed lex”. Um indivíduo eleito por um partido que não segue as directrizes do mesmo está sujeito a penalizações previstas nos respectivos estatutos. Desta feita a penalização deveria ser a expulsão do partido e consequente saída compulsiva do Parlamento, sendo substituído pelo primeiro não eleito do mesmo partido. Parece-me que seria esta a lógica já que ninguém votou no individuo isoladamente.

Isto leva-nos à Lei Eleitoral, que os partidos querem manter quieta e calada, sem ondas nem sobressaltos com medo de que qualquer mudança ou alteração possa implicar perda de votos e de lugares ao Sol no Parlamento. Mas leva-nos mais longe. Pode conduzir-nos à questão mais importante que é: - ser político é profissão? Se não é parece. Se olharmos para o espectro político actual vemos no Parlamento caras enrugadas e cabelos brancos de pessoas que nos habituámos a ver, nos mesmo lugares há vinte, trinta e mais anos e que, na altura, tinham a pele lisa e cabelos pretos ou loiros. Daqui se pode concluir que há muita gente no Parlamento que nunca teve outra ocupação e que por ali se quer manter até à reforma, vitalícia, como eles designam e não estão para perder as benesses que eles próprios criaram para si e seus pares.

Nesta situação concreta os partidos que se dizem todos diferentes, são todos iguais.

Terminamos como começamos. Se os políticos são tão mal pagos por que é que se agarram tanto aos lugares?

Cada um tire a ilacção que entender.

26/01/2025

Zé Rainho

 

Aculturação!

 

ACULTURAÇÃO!

Está na ordem do dia o tema da segurança que, muitas vezes, aparece associado à emigração. Talvez por isso se comece a falar da emigração como tema a debater, a analisar, sem complexos e preconceitos.

A emigração é um problema e uma necessidade. Logo é uma oportunidade que deve ser encarada com sentido de Estado e de humanismo. Isto mesmo veio mencionado num jornal de referência deste fim de semana com uma entrevista ao líder da oposição, Pedro Nuno Santos.

Deixemos para os políticos, comentadores e analistas as análises virtuais do que diz o Pedro Nuno Santos. Uns dizem que deu cambalhotas. Outros que mudou de posição e outros ainda o mimosearam com epítetos de extremismos e de colagem à extrema-direita, neste caso, correligionários do mesmo partido. Propomos centrarmo-nos em coisas básicas que ele referiu.

É preciso que a emigração seja controlada e que quem vem para cá viver deve respeitar a nossa cultura, o nosso modo de viver.

Parece-me que um líder partidário que sonha vir a governar o país demonstre ter bom senso e o Pedro Nuno vem demonstrar que o possui.

Vamos por partes: - Então se nós formos para qualquer país que não fale a nossa língua não nos sentimos obrigados, por questões práticas do dia a dia, a aprender os vocábulos nativos mais necessários para a nossa sobrevivência e com o tempo aumentarmos o léxico para comunicarmos com quem trabalhamos, com os vizinhos, com as pessoas à nossa volta? Não foi o que fizeram os nossos emigrantes em França e na Alemanha que para lá foram na década de sessenta do século passado? Isto é um mal ou é um bem? É um bem, indiscutivelmente. Adquirimos mais uma ferramenta para a nossa bagagem que nos abre mais oportunidades.

Se um cigano, preto, indiano ou qualquer outra pessoa aprender que as leis portuguesas não permitem que os homens maltratem as mulheres, as crianças, os animais – ainda que essas leis nem sempre sejam cumpridas – não será uma mais-valia para essas pessoas que, em última instância, obvia à violência sobre as vítimas?

É evidente que é um avanço civilizacional e uma contribuição para um mundo mais justo e melhor.

Porém, há por aí umas cabeças pouco pensantes, com voz nos média, que dizem que isso é uma aculturação inaceitável. Será?

Então as meninas ciganas de dez doze anos que são obrigadas a casar com quem os pais escolhem, mesmo que esse homem seja quase um velho com dinheiro, não serão mais felizes se puderem continuar a frequentar a escola, a crescer em liberdade e a ter o direito de escolha do parceiro que entender, quando chegar o momento certo?

Então a mulher muçulmana não será mais feliz se tiver a liberdade de poder frequentar uma escola, uma universidade, ir a centro comercial ou, simplesmente, dar um passeio sem ter que, obrigatoriamente, ser acompanhada por um homem?

São pequenos exemplos de que a aculturação não é uma coisa má, nem aberrante, mas, pelo contrário é um enriquecimento para os estrangeiros e para os portugueses que com eles convivam, porque passam ambos a adoptar usos, costumes, temperos, comida, música, dança, arte, sem coacção, mas com aceitação mútua e como meio próximo de comunicar e conviver com o outro, sem desconfiança ou medo.

O que seríamos nós portugueses se não tivéssemos absorvido a cultura dos celtas, dos árabes, dos vândalos, dos suevos, dos romanos? Seríamos qualquer coisa, mas não seríamos, certamente, o povo que hoje somos.

Qual é então o mal dizer aos povos que nos procuram que se devem esforçar para aprender a nossa língua, os nossos usos, a nossa forma de estar na vida em comunidade? Onde está o erro se essas pessoas nos mostrarem como é que eles comunicam entre si, se apoiam ou se guerreiam, trabalham ou se divertem?

A aculturação, ao contrário do que nos querem fazer crer os radicais, não é um mal, mas é um bem.

É evidente que ninguém preconiza a obrigatoriedade de professar uma religião, o modo de vestir ou de pensar, mas tão somente, um intercâmbio de conhecimentos, de ideias, pensamentos para uma soma de culturas e não uma subtracção e, ainda menos, uma divisão das diferentes e diversificadas formas de viver.

Não seria despiciendo que se estudasse mais a antropologia cultural nas suas componentes etnográficas e etnológicas para melhor se entender que as relações entre as pessoas são a mola do desenvolvimento, da liberdade e da paz evitando, desta forma debitar atoardas que não ajudam a resolver o problema.

28/01/2025

Zé Rainho

 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Desconhecido!

 

DESCONHECIDO!

O desconhecido mete medo. Constrange, inibe, bloqueia, paralisa. Mas o medo assumido e reconhecido, anda de mãos dadas com a coragem e esta é arrojada, aventureira, inovadora. Por isso enfrenta o medo sem desfalecimentos e vence todos os obstáculos.

A comunicação social, em todo o mundo, bombardeia, constantemente, o público, com notícias catastróficas iminentes, por causa do Trump. Até pode ser, porque de indivíduos instáveis só se pode esperar instabilidade, mas não será já a altura de se esquecerem da personagem e deixarem de instigar o medo na população?

Deixem lá. Cada problema tem a sua solução. Cada crise a sua oportunidade. O que for soará. Não nos imponham uma agenda mediática de que tudo tem de girar à volta da América e do seu presidente. Como diria o outro, há mais mundo para além da América. Há mais vida para além de Trump. Esqueçam-se do Trump e permitam, também, que nos esqueçamos da sua estúpida existência.

Deixem-nos sonhar, como o Infante D. Henrique. Como o D. João II. Como o D. Manuel I. Como o Gama. Como o Cabral e tantos outros que, como dizia o maior vate português, Camões, “se vão da lei da morte libertando” e através da acção possamos encarar o desconhecido sem medo, com confiança, com a certeza de melhores dias e melhores mundos virão.

Os tempos não são fáceis, mas não nos deixemos manietar pelas dificuldades. Vale mais morrer de pé do que viver permanentemente de joelhos.

Dizia o meu saudoso pai que “atrás do tempo, tempo vem” e é preciso encará-lo com frontalidade, com determinação, com vontade de vencer. Não pela força ou pela violência, mas pela persuasão, pela argumentação, pela solidariedade, pelo amor. O desconhecido pode vir a ser um amigo, um irmão. Pode ser um novo horizonte, uma descoberta, uma oportunidade de melhorar.

O desconhecido, em vez de meter medo, pode ser um acicate para a aventura, para a descoberta, para o avanço nas relações humanas, para a cooperação, para o desenvolvimento e para o bem-estar.

Não nos deixemos paralisar pelo medo. Ousemos.

23/01/2025

Zé Rainho  

domingo, 19 de janeiro de 2025

ROTINA!

 

ROTINA!

O hábito é um ladrão. Ouvi dos meus antepassados e nunca percebi porquê. Porém, a disponibilidade de tempo e a vontade de entender, de perceber o que aqueles poços de sabedoria nos queriam transmitir, levam-me a fazer esta reflexão que quero partilhar com todos vós.

O hábito, a rotina, não serão castradores da criatividade? Não serão condicionadores da liberdade de pensamento e acção? Não serão tão desestimulantes que nos acorrentam ao lado mais negativo do comodismo, do laxismo, do desinteresse que nos impede de ir à aventura, de não ter medo do desconhecido, de libertar e alargar horizontes, de procurar o novo?

Se tudo o que se acabou de afirmar estiver certo então, os nossos maiores também tinham carradas de razão. O hábito é um ladrão porque rouba a inovação, o progresso.

Temos o hábito de pela manhãzinha, tomar o duche que limpa o corpo e desperta a alma. Temos o hábito de o fazer com água morna, mais para o quente, porque sempre nos demos melhor com o calor do que com o frio.

Imaginem os meus amigos que, por alguma falha no sistema de aquecimento, a água está fria. Lá se vai a rotina, o hábito. Tomar banho de água fria é, como é vulgar dizer-se “um banho de água fria”, uma pequena tragédia, um desconforto. Não tomar banho é outra solução impensável, o hábito diz-nos que estamos sujos, que cheiramos mal, tudo o que em tempos não muito recuados eram consideradas inverdades. Aquecer água numa panela, destemperá-la e tomar banho como antigamente, nem pensar, isso é retrocesso, isso é da idade das cavernas.

Conclusão: não há plano B e isso é o suficiente para arruinar o dia de um ser de bem com a vida, que até nem tem necessidade de ir para o emprego, nem de sair de casa, nem de participar em reuniões de gala. O hábito é um ladrão.

Só que estas irrelevâncias do quotidiano levaram o meu pensamento para outras latitudes e outras realidades às quais os nossos hábitos nos deixaram de prestar atenção.

Passando por diversos pontos do nosso país e, não só, o nosso olhar depara-se, frequentemente, com imensos espaços de painéis fotovoltaicos que nos dizem, é a energia do presente e cada vez mais será a do futuro, porque é limpa, porque é boa para o ambiente, porque é preciso acelerar a descarbonização do planeta. Não sabemos o suficiente destas coisas para termos opinião formada, ainda que nos entristeça ver terrenos aráveis e produtivos ficarem submersos debaixo de oceanos de ferro e vidro, onde nem uma erava ou bicho sobrevive.

Mas, indo mais longe neste raciocínio, se um dia que se quer que seja para ontem, ficarmos totalmente dependentes deste tipo de energia para a nossa vida diária e um Putin, um Trump, um Jinping, um Kim Jong-un se lembrarem de enviar uns mísseis que destruam esses parques energéticos que estão a descoberto e sem defesa. O que é que acontecerá à nossa vida. Ao nosso actual hábito, à nossa rotina diária?

Tenho o hábito de pensar e o hábito é um ladrão.

19/01/2025

Zé Rainho

 

 

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Ancestralidade

 MAIS INFORMAÇÃO ANCESTRAL:

Meus Avós e Bisavós paternos:
Bisavós: José Francisco, filho de José Francisco e de Inácia Cabanas, de 25 anos de idade casou em 19 de Junho de 1895, com Isabel Fonseca, filha de António Louro e de Catarina Máxima. Tiveram quatro filhas (Maria, Elisa, Inácia e Arminda);
Avós: Maria de Jesus da Fonseca, filha de José Francisco e de Isabel Fonseca, nasceu a 3 de Janeiro de 1898 e faleceu no dia 18 de Fevereiro de 1961, neta paterna de José Francisco e Inácia Cabanas e materna de António Louro e Catarina Máxima.
Casou no dia 2 de Março de 1919 com Ricardo Pires Caldeira filho de José Caldeira e de Maria Lourença, nasceu a 29 de Dezembro de 1899 e faleceu a 26 de Novembro de 1972, neto paterno de Manuel Pires Caldeira e de Joaquina Rosa e materno de Francisco Cabanas e de Maria Augusta.

Ancestralidade da Teresa

 Avós maternos:

António Augusto Fatela filho de António Fatela e de Ana Soares, natural de Meimoa onde nasceu a 30 de Maio de 1888, neto paterno de José Pires Fatela e de Ana da Luz e materno de José Soares e de Maria do Carmo.
Maria do Carmo, filha de Manuel Lopes Nabais e de Rita dos Santos, natural de Meimoa onde nasceu a 3 de Agosto de 1888, neta paterna de Francisco Lopes e de Umbelina Nabais e materno de Francisco Lourenço e de Maria da Luz.
Primeiro casamento, no dia 25 de Julho de 1910.
Falecimento de Maria do Carmo em 25 de Março de 1922.
Segundo casamento: Maria Rosa de 46 anos de idade em 27 de Novembro de 1926.
Maria Rosa filha de João Pires Bento e de Teresa de Jesus.
Falecimento de Maria Rosa a 19 de Abril de 1963.
Falecimento de António Augusto Fatela a 20 de Fevereiro de 1969.
Do primeiro casamento nasceram dois filhos: - Álvaro Fatela e Maria da Conceição.
Maria da Conceição filha de António Augusto Fatela e de Maria do Carmo nasceu a 3 de Junho de 1920, casou com Adelino Bento nascido a 30 de Janeiro de 1920 em 26 de Novembro de 1942 tendo tido 5 filhos (Teresa, Maria Alice, António, Maria Rosa e Maria do Carmo, esta já falecida em 15 de Junho de 2016). Faleceu a 6 de Junho de 1977.
Adelino Bento, filho de Jerónimo Bento e de Maria de Jesus, faleceu 4 de Maio de 2004.
Avós Paternos:
Jerónimo Bento, filho de Joaquim Bento Soares e de Narcisa Soares, natural de Meimoa onde nasceu a 13 de Março de 1877, neto paterno de Bento Pires e de Catarina Angélica e materno de Francisco Soares e Maria Augusta.
Maria de Jesus, filha de Joaquim Neto e de Inácia Rainha, natural de Meimoa onde nasceu a 1 de Abril de 1879, neta paterna de José Neto e de Rita Soares e materna de Francisco Rei e de Rita Marôa.
Casaram em 5 de Novembro de 1903.
Falecimento de Jerónimo Bento em 8 de Fevereiro de 1947.
Falecimento de Maria de Jesus em 22 de Junho de 1960.
Tiveram vários filhos tendo sobrevivido Joaquim Bento, nascido 7 de Fevereiro de 1909 e Adelino Bento nascido a 30 de Janeiro de 1920.

sábado, 11 de janeiro de 2025

Eleições!

 

ELEIÇÕES!

O País vive em constante período eleitoral. Ora são legislativas, ora autárquicas, mesmo presidenciais, quando não se fala das regionais.

É bom, porque isto é sinónimo de que vivemos em democracia. Já não será tão útil viver em permanente campanha eleitoral, sem tempo para a realização de tarefas indispensáveis à evolução do país, no sentido do desenvolvimento económico e do bem-estar social.

No ano transacto tivemos legislativas. Neste, vamos ter regionais na Madeira e autárquicas nacionais. Entretanto, a comunicação social não se cansa de trazer para o tema do dia, as Presidenciais do próximo ano. Ainda não há candidatos, excepção do Chega e daquele presidente do sindicato híbrido dos professores, mas já são apresentados vários putativos candidatos, com possibilidades reais de ser eleitos, porque serão apoiados pelos maiores partidos políticos portugueses. E, nesta circunstância, já apareceram os detractores de António José Seguro e de Gouveia e Melo. Ao primeiro tentam colar-lhe o epíteto de indeciso e ao último o sebastianismo de homem providencial por ser militar.

Ora, tudo isto não é ingénuo. É, antes, uma forma de limitar os direitos destes candidatos de se poderem mostrar ao povo com as suas ideias sobre o país e sobre o cargo a que, hipoteticamente, se candidatam.

Não é justo, para nenhum deles, este comportamento da comunicação social. Não ajuda nada ao esclarecimento popular e, muito menos, tem relevância para as eleições. Qualquer destes protocandidatos têm o direito de tomar as decisões que quiserem sem qualquer tipo de condicionalismo, porque ambos são maiores de 35 anos de idade e estão no pleno direito que a Constituição que lhes confere.

Nem a propósito, lá vem, mais uma vez, a televisão a dar destaque às ideias do batráquio de que é preciso fazer directas no PS para escolher o candidato do partido. Noutro canal televisivo aparece mais uma alimária a dizer que o Partido tem candidatos melhores do que o Tó Zé. Não há dúvida que está montada uma campanha para limitar e condicionar a decisão deste e, mesmo que decida concorrer, limitar as suas possibilidades.

Se tivermos em conta que o Marcelo disse, acerca do Costa que eram felizes e não sabiam. Que o Costa era um urbano previsível e que o Montenegro é um rural imprevisível, não será estultício pensar que os betinhos de Lisboa e da Linha de Cascais, não gostam dos portugueses das restantes regiões do país.

Enquanto os betos mandarem no País este não passará da cepa torta, mesmo com os milhões da Europa.

11/1/2025

Zé Rainho