quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Comportamento

 Comportamento social! 


Num fórum, numa assembleia, numa escola, numa igreja ou em qualquer outro lugar de ajuntamento de pessoas, as primeiras cadeiras ficam sempre vazias. É assim ou não é? 

A pergunta tem interesse ou não? Vale a pena pensar sobre um assunto tão comezinho? 

Responda o que quiser, quem quiser, se quiser.

Para nós, não tendo um valor transcendente, somos de opinião que vale a pena reflectir sobre o assunto, por várias razões, principalmente porque não se fala da vida de ninguém, em particular, mas se procura analisar um comportamento de massas. 

Não vamos entrar por caminhos científicos que não são da nossa lavra nem acrescentavam valor sobre aquilo que queremos partilhar. 

Vamos então começar pelo princípio como é bom fazer em todas as coisas:

Já todos reparámos que quando nos dirigimos a um qualquer espaço, sem lugares marcados, para ouvirmos qualquer prelecção, a fila das cadeiras da frente ficam sempre vazias ou, pelo menos, são as últimas a ser ocupadas, se a lotação se esgotar e a pergunta impõe-se: por que será? 

Poderá dizer-se que se deveria retirar a fila de cadeiras da frente e o problema ficava resolvido. Mas não ficava sempre uma primeira fila? Por aqui não vamos lá com a explicação.

Exortar as pessoas a ocuparem desde o início a primeira fila e irem ocupando as restantes. Já experimentaram fazer isso? Qual foi o resultado? Uma ou outra pessoa lá cede e aproxima-se mas a esmagadora maioria fica lá atrás, no seu cantinho, não é? 

Vamos então ensaiar uma possível explicação, ainda que, dou de barato, haja muitas outras.

Quando Cristo andou pelas terras da Samaria, da Judeia, da Galileia e outros lugares a que vulgarmente chamamos Terra Santa, havia, como, infelizmente, ainda hoje há, muita vaidade, espavento, orgulho, preconceito e, sobretudo, poderosos poucos e pobres e mesmo indigentes muitos, a maioria das maiorias. 

Jesus, na Sua qualidade de Deus feito homem, catequético, mestre dos mestres,  não podia deixar de admoestar os poderosos e exaltar os humildes deixando claro para todos e em todos os tempos, que todos os seres humanos são iguais, nos seus direitos e deveres e, para que toda gente entendesse a mensagem, falava em parábolas, exemplos do dia-a-dia, vivências que todos conheciam. 

Em algumas dessas parábolas dizia: “amigo, quando fores convidado para um banquete não ocupes os lugares cimeiros, porque pode o dono da casa querer atribuí-lo a outros convidados mais importantes, ocupa os lugares de trás e, quando o anfitrião te vir lá atrás te dirá, acerca-te de mim e assim serás honrado e não envergonhado”; “quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado” (citado o conteúdo e não os textos).

Como a nossa civilização se alicerça nos ensinamentos e cultura judaico-cristã, particularmente na parte ocidental, não admira, pois, que nos arquétipos de cada um de nós, prevaleça esta ideia de deixar os lugares da frente para os outros. Muitas vezes não por convicção mas, apenas, por parecer bem.

Desta forma, temos para nós, que a educação recebida dos nossos antepassados, de geração em geração, foi fazendo o seu caminho e tal conduziu-nos a ser deferentes, atenciosos, humildes, o que nos leva a deixar passar uma senhora, um idoso, um destacado semelhante que desempenha cargos públicos relevantes, à nossa frente. Ah! Se calhar não é bem assim, desculpem. É a minha vetusta idade que me leva a dizer estas parvoíces. 


17/08/23


Zé Rainho 

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