domingo, 26 de julho de 2020

APREENSÃO


APREENSÃO!

Navegamos em mar encapelado,
Num barco cheio de contradições,
Com destino ao porto desejado,
Pressentindo muitos alçapões.

O comandante tem pouca experiência,
Nesta rota, deveras, desconhecida,
Não tem dotes de saber nem a ciência,
E este Abril, em Portugal, já não é cantiga.

A tripulação anda muito angustiada,
Com os sinais de deriva incongruente,
Sente que o seu esforço pode valer nada,
Para um final muito inconsequente.

Toda a tripulação afirma em surdina,
Que o porto de abrigo é muito incerto,
Vagas alterosas fazem temer que, por cima,
Só se safe o incapaz do chico-esperto.

Nesta viagem de desespero e incerteza,
Resta a fé em Nossa Senhora dos navegantes,
Pois confiar num comando de saloia esperteza,
É descalabro certo, da maioria dos tripulantes.

Zé Rainho



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