sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

VELHO


SER VELHO!



Sou velho diz o Bilhete de Identidade!

Insistem no mote as articulações.

Mas eu que sou cheio de contradições

Digo não. A velhice não é só a idade.



Há quem diga por aí que é ser idoso

Que velhos são os trapos e coisas tais

Mas prefiro ser um velho como os demais

Do que idoso por pena, isso é doloroso.



Em tempos remotos, velho era sabedoria,

Experiência de vida, siso e prudência.

Opinião avisada que não assenta na ciência

Mas que colhe resultados da vida do dia-a-dia.



Assim não me importo de ser velho ter idade

Porque sou jovem no querer e pensamento

De que ainda posso fazer coisas com alento

Porque o meu espírito mostra-me capacidade.



Às vezes ponho-me a matutar ensimesmado

Que fui sempre um homem contracorrente

Na juventude ficava algo descontente

Por parecer mais velho porque era ajuizado.



Como dizia o jargão de outros tempos

Como a história do velho, criança e burro

Que a opinião do mundo até cheira a esturro

Quando compara os outros pelos seus talentos.


Não quero saber de opinião sem importância

Interessa-me continuar na minha persistência

A fazer coisas, ler, escrever, sorrir, amar, resiliência

De quem está vivo e quer apenas viver sem jactância.



Já agora que estamos no início do Novo Ano

Vou definir como objectivo viver com alegria

Sem queixumes, levar a vida do dia-a-dia

Como se o presente fosse o último quotidiano.



Zé Rainho (03/01/2020)
















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